sábado, 27 de fevereiro de 2016

Nas ultimas



No trabalho sempre tem pessoas peculiares. No meu não é diferente.

Existe algum mistério de por que limpam tanto o banheiro. É um inferno. Eu já desisti de ir nele.

Na parte da manhã ou a tarde, você simplesmente não consegue. Eu tenho a teoria de que o arrombado da limpeza coloca a placa e dorme lá dentro. Porque mesmo quando eu consigo, não observo ele tão limpo quanto deveria. Mas... seguimos..

Em uma das poucas vezes que consegui, óbvio, aconteceram coisas peculiares... e o pior que eu só estava entrando para lavar o copo que bebo café.

Sempre tem um coroa, que anda de cabeça baixa, com olhos de culpa, pelo corredor.

Até conseguir finalmente entrar no banheiro, eu não tinha entendido o porquê.

Todo dia depois do almoço ele está lá, aos redores do banheiro, perscrutando a vizinhança.

Ao entrar para lavar o copo, ele me abordou com voz de urgência e falou em um tom conspiratório:

“Você sabe onde tem papel? Tô aqui nas ÚLTIMAS”. (com um tom melancólico/agonizante).

Todo dia vejo o mesmo velho, espreitando os corredores, parecendo uma assombração, no horário pós almoço.

Quando vejo aqueles olhos de culpa, saindo do banheiro, já dou meia volta, porque sei. O VELHO FILHO DA PUTA CAGOU DE NOVO.




Espero que limpe com ortiga. Índio cagão.


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